Ilha ameaça não desfilar
O Carnaval Carioca (12/06/2017)   

Preocupado com a posição do prefeito Marcelo Crivella em reduzir o valor da subvenção das escolas do Grupo Especial, o presidente da União da Ilha, Ney Filardi, reuniu representantes da escola na quadra, no último sábado. Na pauta, o dirigente expôs sua preocupação com o assunto e ameaçou não desfilar, caso a quantia repassada seja realmente reduzida. Confira a nota oficial:

NOTA IMPORTANTE DO PRESIDENTE

Em reunião realizada neste sábado, na quadra da União da Ilha do Governador, que contou com presença de todos os segmentos da escola, o presidente Ney Filardi levou ao conhecimento de todos a posição do prefeito Marcelo Crivella, em reduzir a subvenção de R$ 2 milhões para, 1 milhão, às escolas de samba do Grupo Especial.

Ney enfatizou que as agremiações vem sofrendo grandes perdas financeiras:

"O governo federal em nada contribui para o carnaval e a Petrobras cortou a verba (R$ 1 milhão), que dava para cada escola do grupo especial. O governo estadual também não ajuda. A vendagem de ingressos já não é mais a mesma. Arquibancadas e frisas não sofrem um reajuste há mais de cinco anos. O repasse da Rede Globo se dá através de vendagens de cotas (valores variados). E os impostos, taxas e salários não param de aumentar, bem como, a compra de materiais (cola, madeira, isopor...), afirmou.

"Vale frisar, que as escolas de samba mantém seus barracões e suas quadras abertas o ano todo. Isso gera despesa! E agora, com a notícia do prefeito do corte de verba oriundo da prefeitura, impossibilita das escolas irem para avenida de maneira digna. A União da Ilha, por exemplo, mantém cursos e oficinas para passistas, ritmistas, mestre-salas e porta-bandeiras o ano inteiro. Como sustentar todas essas atividades com menos dinheiro?, indagou Ney.

O presidente Ney Filardi passou para os segmentos da escola que, em caso de redução desses 50%, ou seja, menos 1 milhão, a agremiação não irá desfilar no próximo ano:

"Se esse corte realmente acontecer, peço desculpas antecipadamente, mas a União da Ilha não desfilará no carnaval de 2018", alertou Ney, prometendo fazer de tudo para que os desfiles das escolas de samba não sofram outras baixas.

"E as escolas mirins? Terão seus sonhos interrompidos? E a cultura? Deixará de ser amplamente cultura brasileira? Não será mais propagada, divulgada, para o mundo inteiro?", indagou.

O presidente reconhece o momento de crise que o país vive. Por outro lado, não entende e não concorda com a posição da prefeitura:

"Se o prefeito me dissesse: "presidente, não vou dar dinheiro para a União da Ilha, porque preciso construir e reformar escolas e hospitais, além de garantir o pagamento salarial dos servidores do município"... Aí sim, eu entenderia! Mas o carnaval do Rio de Janeiro proporciona ganhos financeiros ao comércio, aos taxistas, as companhias aéreas, as agencias de.turismo, bares, vendedores, ambulantes credenciados, restaurantes, rede hoteleira, cervejarias e diversos outros beneficiários. Isto sem contar, com a alegria do povo. São 7 dias de folia, onde o rico se mistura com o pobre e vice-versa. Isto sem contar, que o "período de momo" gera uma entrada nos cofres do município de R$ 3 bilhões.E a prefeitura investe 60 milhões de reais. Matemática é uma ciência exata e isso gera um ganho real da prefeitura de 2 bilhões e 940 milhões Não são palavras minhas!. Esses dados foram recentemente veiculados na mídia e subscrita pela Riotur. Isto sem falar, que o nosso espetáculo é transmitido para mais de 200 países, dando assim, muita visibilidade ao município do RJ, relatou.

"Diante do que foi explanado, a pergunta que fica: se o carnaval deixa um lucro bastante significativo e expressivo, porque a redução da verba? Esse assunto já foi conversado na Liesa e acredito que todas as escolas tenham a mesma posição", finalizou Ney com um pedido:

Prefeito,

"Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar".

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