ENREDO DO MEU SAMBA
Grupo Especial
Beija-Flor de Nilópolis
"O Vento corta as Terras dos Pampas -
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani,
Sete Povos na fé e na dor... Sete missões de amor"
Com o enredo "O Vento corta as Terras dos Pampas - Em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Guarani, Sete Povos na fé e na dor... Sete missões
de amor", que foi fechado entre a diretoria da escola e o Governo do
Estado do Rio Grande do Sul em maio, o orgulho da Baixada Fluminense lutará
pelo seu segundo tricampeonato.
- Vamos para a Sapucaí com toda garra e lutaremos pelo tão sonhado
tricampeonato - assegurou Fran-Sérgio, integrante da comissão de carnaval da
escola.
O desfile 2005 da Beija-Flor voltará ao nascimento de Jesus,
passando pelo século XVII, mais precisamente no ano de 1626, quando o padre
Roque González cria São Nicolau, a primeira das sete Missões, no Rio Grande do
Sul. Em seguida, é mostrada a colonização católica que os jesuítas ensinaram
aos índios guaranis e a mistura de culturas, a luta pela terra contra os
invasores portugueses e espanhóis, e finalmente será mostrado o espírito do
atual povo gaúcho.
- Vamos mostrar que os habitantes do Rio Grande do Sul são
simpáticos, hospitaleiros e guerreiros. Eles merecem ser lembrados pela
vontade de construir um Estado forte - afirmou Fran-Sérgio.
A Beija-Flor irá para a passarela do samba com 19 alas para os moradores da comunidade de Nilópolis, chegando a aproximadamente 1900 componentes. No total, serão cerca de 4500 integrantes. Oito carros alegóricos, divididos em oito setores, serão criados pelos carnavalescos Laíla (foto 1), Cid Carvalho (foto 2), Shangai (foto 3), Fran-Sérgio (foto 4) e Ubiratan Silva (foto 5), e contarão o enredo sobre "Os Sete Povos das Missões".
Veja como será o amanhecer nilopolitano na Sapucaí:
Abre-alas: "Luz menino – A mensagem do Divino e o Reino de Herodes " -
o primeiro carro da Beija-Flor mostrará o nascimento de Cristo, que inspirou aos jesuítas a criação da Companhia de Jesus.
Primeiro setor: "Luz menino – A mensagem do Divino e o Reino de Herodes " - as alas do setor de abertura do desfile da azul-e-branca
representarão os jesuítas colonizadores da Companhia de Jesus que vieram para
o Sul do Brasil, no século XVII, e fundaram colônias. Os índios guaranis,
chamados de "almas pagãs" pelos religiosos, também entram nesta parte da
apresentação da escola, pois habitavam as Missões.
Segundo carro: "A Companhia de Jesus e a expansão da fé cristã" - a alegoria
representará a fundação da Companhia de Jesus em Portugal.
Segundo setor: "A Companhia de Jesus e a expansão da fé cristã" - contará a
história da decadência da igreja católica no século XVII e a chegada dos
jesuítas no Brasil e em outros países da América Latina.
Terceiro carro: "O Guarani – A liberdade dos campos e aldeias" -
será simbolizada
a cultura indígena dos guaranis que ocupavam o litoral do atual Estado do Rio
Grande do Sul, as vizinhanças dos grandes rios e a Lagoa dos Patos. Locais de
difícil acesso e pouco povoados.
Terceiro setor: "O Guarani – A liberdade dos campos e aldeias" -
mostrará a
chegada dos religiosos, esperançosos em pregar a fé cristã, e o encontro deles
com os índios.
Quarto carro: "Civilizadores e civilizados – contrastes e fusão de dois mundos" - destaque para a mistura das culturas e raças que resultou da união
entre os jesuítas portugueses e os índios tupiniquins.
Quarto setor: "Civilizadores e civilizados – contrastes e fusão de dois mundos" - visa lembrar a cultura e o objetivo catequizador dos jesuítas no
sul do Brasil. Enquanto que as aldeias indígenas, por sua vez, viviam um mundo
selvagem.
Quinto carro: " Nas mãos da redução, a evolução – O Paraíso" - irá simbolizar a
fundação das Missões, criadas para catequizar os índios. As colônias foram
construídas com a mão-de-obra guarani e serviram de oficinas para a confecção
de instrumentos musicais, ferramentas para a colheita e objetos artesanais.
Acredita-se que, na época, existiam 50 jesuítas para colonizar 200 mil índios.
Quinto setor: "Nas mãos da redução, a evolução – O Paraíso " - apresentará os
benefícios da produção conseguida nos campos das Missões e da criação do gado,
que eram divididos entre a comunidade. Depois de aprenderem a fazer mudas, os
guaranis plantaram árvores e, com a madeira extraída, faziam obras de arte,
como imagens de santos da igreja católica.
Sexto carro: "O tratado de traição nos palácios de Madri" -
lembrará a
perda, dos jesuítas e guaranis, do direito à terra em 1750, quando são
obrigados a sair das missões.
Sexto setor: "O tratado de traição nos palácios de Madri" -
alas
representarão a troca entre Portugal e Espanha no direito da possessão onde
estavam situados "Os Setes Povos das Missões". Também será mostrada a ira da
resistência indígena, que eclodiu com a liderança do herói guarani, Sepé
Tiaraju.
Sétimo carro: "Imigrantes – sonhos de fartura em terras do Novo Mundo" - alegoria que representará o
início da colonização européia (alemães, italianos, japoneses, ucranianos,
eslavos e outros povos).
Sétimo setor: "Imigrantes – sonhos de fartura em terras do Novo Mundo" - o setor mostrará a cultura
trazida pelos imigrantes de diversas partes do mundo para a Região Sul do
Brasil.
Oitavo carro: "As vozes missioneiras ecoam nos ventos que sopram nos Pampas" - o último carro alegórico da Beija-Flor fará uma homenagem ao
Estado do Rio Grande do Sul, lembrando um pouco da cultura e tradições.
Oitavo setor: "As vozes missioneiras ecoam nos ventos que sopram nos Pampas" - mostrará o resultado da união de diversos povos e culturas, que
deu origem a um povo guerreiro e hospitaleiro.